terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Feliz Ser Humano Novo: reflexão para o ano novo e mais que isso para uma vida nova!


Mesmo vivendo mil anos, não se encontrará um ser humano perfeito. Somente seres que buscam o aperfeiçoamento e a evolução, uns mais outros menos, conscientes ou inconscientes, uns buscando a evolução na matéria outros no espírito, de importante: procuram evoluir.

A evolução do homem é a sua maior missão nessa jornada terrena, acredito nisso. Por mais estranho que soe, acredito, também, que os seres que não estão voltados à espiritualidade, encontram-se também em processo evolutivo, mas inconscientes, identificam na acumulação de bens, a evolução.

O homem tem a capacidade de modificar o meio ambiente, de modificar-se, e de modificar o seu próximo, embora, geralmente, estejamos sempre reagindo às mudanças, atribuindo aos outros, as mazelas que nos afligem, e projetando as nossas frustrações.

Teimamos em não entender o sentimento de fraternidade, que nos une, na viagem que fazemos junto com mais 6 bilhões de pessoas, embarcados nessa nau chamada de Terra. E nos flagramos sempre fazendo da individualidade e do egocentrismo o nosso modo de vida.

Por ignorância, não entendemos a ligação estreita que nos une, numa interdependência total e global, somos todos, seres vivos ou não, feitos a partir das mesmas substâncias, combinadas, sabiamente, em quantidades diferentes.

Logicamente cabe a cada um encontrar-se dentro dessa realidade, e, principalmente, descobrir o seu papel, o que nos trouxe aqui. Quando se manifestam atitudes de amor ao próximo, fraternidade, caridade e paz, essa busca fica, certamente, bem mais leve.

Em cada um de nós pulsa uma centelha divina, dotando-nos da capacidade de estabelecer a verdade, diante da grande escola da vida, cuja condução de atitudes e pensamentos, graças ao livre arbítrio, pode ser de liberdade absoluta, não dependendo do julgamento dos outros, da fé ou da razão, mas sim da nossa intenção, do bem querer e da predisposição individual de cada um.

Todos devem ser respeitados e respeitar aos outros, pelo que são e por essa centelha divina, que carrega em si mesma o registro de seu conhecimento interior.

É a partir dos conhecimentos, saberes e intenções, que já se absorveu, e de como são usados, que é dada a cada um a oportunidade de “deixar a vida me levar”, ou ao contrário, imprimir fortemente a sua marca da passagem por mais uma existência, assumindo o protagonismo.

O amor fraterno, a caridade e a paz na Terra, dependem somente de como vem sendo despertada essa energia potencial de cada ser.

A nova humanidade está pronta para ser erigida, que cada um tenha a sabedoria de agir com a suavidade respeitosa devida, pois, em todos está latente o direito de ser “luz”, independentemente de qualquer estágio evolutivo que se encontre!

Viver significa adaptar-se ao aprendizado e aperfeiçoar o conhecimento adquirido em benefício de si, dos outros seres, e, principalmente do seu ambiente natural, numa unificação ambiental cósmica, que nos remeta a caracterização de “Civilização Humana no Planeta Terra”.

Sem proselitismo, rememoremos o ensinamento do Cristo, que reduziu os 10 Mandamentos anteriores a sua época a um só: “Ama o próximo como a ti mesmo!”

Dessa forma, colocando-nos no lugar do outro, empaticamente, construiremos um mundo melhor!Feliz Ano Novo e que consigamos em 2022 e sempre, mais: Amor, Benevolência, Compaixão, Compreensão, Cooperação, Fraternidade, Honestidade e Paz!


domingo, 19 de abril de 2020

Todo dia...era dia de índio!





O dia 19 de abril foi escolhido para marcar o Dia do Índio em função da data de realização do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano que se reuniu em 1940 com o objetivo de discutir a situação dos povos indígenas após séculos de colonização e da construção dos Estados Nacionais nas Américas.
No início do século XX, havia interesse grande pelas etnias indígenas, sendo marcado pelo desenvolvimento da etnologia, o ramo da antropologia que se dedica aos estudos das chamadas “culturas primitivas”. O esforço pela compreensão dos hábitos e da importância dos povos indígenas para história despertou a atenção também para o âmbito das políticas públicas que visassem à salvaguarda desses hábitos e costumes, e assim, o Congresso Indigenista estabeleceu a agenda programática para formulação de políticas públicas.
Lembrar a data tem como propósitos a preservação da memória, costumes e tradições culturais, bem como propicia a reflexão crítica sobre o passado da relação de dominação, conquista e quase extermínio das civilizações indígenas no continente americano.
No Brasil, a data foi oficializada em 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas, durante o chamado Estado Novo, por forte influência de sertanistas e estudiosos de comunidades indígenas.
Desde 1967, a Fundação Nacional do Índio (Funai) é o órgão do governo federal responsável pela promoção, coordenação, proteção aos direitos dos povos indígenas de todo o território nacional, e de implementação das políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável das populações indígenas. Embora projetada para superar os impasses do antigo Serviço de Proteção aos Índios (SPI), a Funai acabou por reproduzi-los. A sua criação foi inserida no plano da ditadura militar, que pretendia reformar a estrutura administrativa do Estado e promover a expansão político-econômica para o interior do País, sobretudo para a região amazônica. Assim as políticas indigenistas foram integralmente subordinadas aos planos de defesa nacional, construção de estradas e hidrelétricas, expansão de fazendas e extração de minérios.
Uma das questões mais polêmicas no Brasil é a demarcação dos territórios indígenas.
Sabe-se que, antes da chegada dos povos europeus no continente sul-americano, existiam milhares de povos indígenas habitando o território brasileiro. Hoje resistem ainda cerca de 305 etnias atualmente, com cerca de 180 línguas distintas, a maioria delas dos troncos Tupi e .
Desde a Constituição de 1988 o indigenismo oficial passou por diversas e significativas mudanças, voltadas, de modo geral, ao reconhecimento e à valorização da diferença cultural. As políticas públicas direcionadas aos povos indígenas têm se tornado cada vez mais descentralizadas e realizadas no âmbito de diversos ministérios que atuam em parceria com agências de cooperação internacional e organizações não-governamentais. A premissa elementar do conjunto das ações é o estímulo à participação e à co-responsabilidade indígena na gestão das políticas destinadas a eles.
A Constituição Federal define as Terras Indígenas como todas as áreas permanentemente habitadas pelos índios, sendo elas utilizadas para suas atividades produtivas e também para a preservação de suas culturas e tradições. Portanto, mais do que simplesmente a área de moradia direta, as terras indígenas devem envolver todo o espaço usado pelos índios para garantir sua sobrevivência, incluindo áreas de caça e extrativismo.
Entretanto, o sucesso destas políticas depende de sua plena consolidação jurídica e institucional em todos níveis, do local ao governo central.
Afinal, o poder tutelar, o assistencialismo e o assimilacionismo ainda são uma realidade fortemente enraizada em diversas práticas do relacionamento entre o Estado e os povos indígenas.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Preservar o Meio Ambiente é preservar a nossa Fé

Amazônia

Detalhes da Amazonia...

· É a maior floresta tropical do planeta...
· Estende-se por uma área de 6,4 milhões de quilômetros quadrados na América do Sul...
· 63% no Brasil e o restante estão distribuídos no Peru, Colômbia, Bolívia, Venezuela, Guiana, Suriname, Equador e Guiana Francesa...
· Abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e grande parte do Maranhão...
· A Amazônia Legal correspondente a cerca de 61% do território brasileiro (5.217.423 km2)...
· Tem 20 milhões de habitantes (IBGE, 2000) e baixa densidade demográfica...
· Guarda cerca de um quinto das reservas de água doce do mundo...
· O Rio Amazonas é o maior do mundo em volume de água...
· Megabiodiversidade : é rica em espécies vegetais e animais...
· A floresta absorve carbono diminuindo as consequências das mudanças climáticas globais...
· Enorme potencial de plantas a serem descobertas para uso farmacêutico, cosmético, químico, alimentar, etc...

O desrespeito e a depredação da natureza provocam consequências desastrosas. ..A destruição de florestas e o aquecimento global propiciam a propagação de doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue e a malária...Ao invadir florestas o homem entrou em contato com vírus que não conhecia, como o HIV da AIDS, que espalhou-se pelo mundo a partir da caça de chimpanzés na selva africana...Campeão absoluto de biodiversidade terrestre, o Brasil reúne quase 12% de toda a vida natural do planeta. Concentra 55 mil espécies de plantas superiores (22% de todas as que existem no mundo), muitas delas endêmicas (só existem no país e em nenhum outro lugar); 524 espécies de mamíferos; mais de 3 mil espécies de peixes de água doce; entre 10 e 15 milhões de insetos (a grande maioria ainda por ser descrita); e mais de 70 espécies de psitacídeos: araras, papagaios e periquitos.. .
Onça-pintada
Quatro dos biomas mais ricos do planeta estão no Brasil: Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia e Pantanal. Infelizmente, correm sérios riscos.

A Mata Atlântica se desenvolve ao longo da costa brasileira, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte.
Ela guarda cerca de 7% de sua extensão original e o Cerrado possui apenas 20% de sua área ainda intocados.
Estas duas áreas são consideradas hotspots, isto é, áreas prioritárias para conservação, de rica biodiversidade e ameaçada no mais alto grau.
A implantação de corredores de biodiversidade é a principal estratégia empregada pela ONG CI-Brasil para direcionar as ações de conservação nos Hotspots e nas Grandes Regiões Naturais...
Rio AmazonasNascentes de águas que abastecem vários estados brasileiros estão na Na Mata Atlântica...O Cerrado abriga a mais rica savana do mundo, com grande biodiversidade, e recursos hídricos valiosos para o Brasil. Nas suas chapadas estão as nascentes dos principais rios das bacias Amazônica, do Prata e do São Francisco...Rodrigo Baleia é fotojornalista ambiental há mais de dez anos. Trabalha regularmente para o grupo Greenpeace e colabora com a National Geographic Brasil desde 2001. Tem seus projetos pessoais distribuídos por agências como a World Picture Network, The Cover Story e Folha Press...Fotos da Amazônia em atual estado de desmatamento, algumas fotos contam com o relato do proprio Rodrigo Baleia que conta alguns detalhes de sua saga fotográfica que não é nada facil...
Faz cinco dias que me escondo em um quarto de hotel. Só saio para fotografar e logo volto...(Rodrigo Baleia)
Às vezes penso que isso seria normal se eu estivesse cobrindo algum conflito ou guerra, mas não consigo admitir isso em meu país...(Rodrigo Baleia)
Aqui é possível escutar dos representantes da economia local que jornalistas não são bem-vindos, que presença destes só vai contribuir para denegrir a imagem do município...( Rodrigo Baleia)
Tenho amigos que estão em campo neste momento. Eles estão documentando as queimadas por terra. Fico aqui, pensando na segurança deles e que queria estar lá. Seria melhor que ficar escondido no hotel. Mas ficar aqui também faz parte do trabalho, pois se algo der errado lá, preciso documentar os fatos que se seguirem...( Rodrigo Baleia)
Sendo assim, vou seguir editando as 2500 fotos que fiz durante os dois sobrevôos. Sigo aqui, esperando que tudo dê certo, sigo aqui tendo a impressão que as paredes do quarto se fecham...(Rodrigo Baleia)
As fotos aéreas me chocam muito porque mostram a escala da destruição. Toda vez fico abalado...(Rodrigo Baleia)
E tudo vai virando cinzas...



Mais queimadas...
Uma visão de cima das queimadas...A floresta já perdeu quase 20% do seu tamanho original - 700 mil quilômetros quadrados foram derrubados.. .No final, nossa sociedade será definida, não pelo que criamos, mas pelo que nos recusamos a destruir... (John C. Sawhiil)O Insanidades Humanas acredita no trabalho e apoia o Greenpeace em defesa da natureza
Acesse ja o Greenpeace Brasil clicando na imagem...

Postado por: X5 http://insanidadeshumanas.blogspot.com/2008/09/sos-amazonia

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Saravá FUEP! Saravá o dia 25/05/1968! Saravá Umbanda!

Durante o ano de 2014 e no início de 2015, ano do 47° aniversário de fundação da FUEP, estamos passando por situações que produziram certo distanciamento de membros ativos dos Conselhos Deliberativo e Fiscal e da Direção Executiva. Isso determinou inaceitável morosidade na realização das tarefas, desde as mais simples, e principalmente, na execução de novos projetos, que pudessem redundar em melhorias efetivas para os associados, médiuns e simpatizantes, dirigentes e por fim para a Umbanda no nosso estado.

Por ser uma atividade de caráter voluntário, - os dirigentes da FUEP não são remunerados em nenhuma hipótese -, é de se esperar que exista a flexibilização do tempo de cada um, disponibilizando-se quando da assunção dessas tarefas. Entretanto, os afazeres profissionais e pessoais, aliado ao envolvimento nas funções religiosas e administrativas dos seus Templos, causou relativa paralisia, no encaminhamento do dia a dia da FUEP, que necessitamos urgentemente corrigir.

Principalmente se entendermos que estamos caminhando para o cinquentenário, meio século de existência, data que precisa ser marcada por grandes realizações. Dessa forma, estamos propondo a realização de uma AGE – Assembleia Geral Extraordinária, ainda nesse primeiro semestre, para a qual falta definir o local, a data e o horário. O objetivo dessa AGE, é propor alterações no Estatuto Social e no Regimento Interno que possam ampliar a nossa atuação efetiva, lado a lado com os Umbandistas, que reflita uma atualização, contextualizada com o momento que vivemos, notadamente com relação aos seguintes pontos:

1 – Ampliar a possibilidade de associação dos Templos, retirando as características restritivas, reconhecendo de “direito” a diversidade da Umbanda, que existe de “fato”, refletindo o pensamento de “representar os Umbandistas da porta do templo para fora”, não tendo qualquer ingerência nos rituais e na filosofia do templo.

A FUEP, a partir da atualização do Estatuto Social realizada em 2009, tem por finalidade primeira e maior, congregar e representar institucionalmente os Templos Religiosos Umbandistas (Associações, Cabanas, Centros, Tendas, Terreiros e demais denominações), seus dirigentes, médiuns e frequentadores na busca da legitimação e legalização dos templos, que em decorrência trarão o fortalecimento da Umbanda.

Pela sua característica organizativa, que é a reunião de pequenos grupos de pessoas, em torno de um dirigente, mãe ou pai de santo, que embora tenha sido formado por outro (a) mãe ou pai de santo, ao imprimir as suas características pessoais, saberes e personalidade, forma um terreiro diferente daquele que lhe deu origem, autônomo e independente, com pouca – geralmente em festas -, ou nenhuma relação com outros grupos, avalia-se como imprescindível a existência de uma instância que possa reunir os dirigentes, fiéis e simpatizantes da Umbanda, e cremos que essa instituição é a FUEP.

Assim, é necessário priorizar os aspectos institucionais, políticos e sociais da FUEP, esclarecendo a sua missão cartorial e jurídica, ampliando a representação e descaracterizando a possibilidade de confusão com os aspectos religiosos (ritualísticos e litúrgicos), que são inerentes aos Templos e aos seus dirigentes, médiuns e simpatizantes.

2 – Substituir os dirigentes que se afastaram ou que não tenham disponibilidade para atuarem efetivamente na direção da FUEP, reconstituindo os quadros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal e da Direção Executiva, com pessoas que possam voluntariamente dedicar-se à construção da FUEP em todo o nosso estado.

Dessa forma, além das direções sediadas em Curitiba, buscaremos a aproximação com os dirigentes do interior do estado, construindo a efetiva interiorização da FUEP. Para materializar esse objetivo, buscaremos cumprir o Artigo 5°, Parágrafos 4°, 5° e 6° do Regimento Interno, que propõe, respectivamente um calendário de visitas aos templos e a instalação de 8 (oito) sub-sedes regionais, que são propostas:

1 - Campos Gerais: Ponta Grossa e Região
5 - Norte: Londrina e Região
2 - Capital: Curitiba, Região Metropolitana e Litoral
6 - Oeste: Cascavel, Foz do Iguaçu e Região
3 - Centro: Guarapuava, Irati e Região
7 - Sudoeste: Pato Branco e Francisco Beltrão e Região
4 - Noroeste: Maringá e Região
8 - Sul: União da Vitória e Região

3 – Aprovar e iniciar imediatamente novos projetos que possam ampliar o número de associados (coletivos e individuais) no rumo de atingirmos a independência financeira, que nos permita manter uma sede social, onde possamos atender dignamente aos associados.

Um dos projetos que estarão sendo propostos é a criação de um Fundo Mútuo para a Aquisição e/ou Reforma de Imóveis próprios para os Templos Umbandistas, em conformidade com a proposta anexa, que será discutida mais amplamente em reunião específica.

4 – Estabelecer meios de comunicação mais efetivos com os associados de forma e enviar tempestivamente quaisquer assuntos que digam respeito a religião, convites e festividades: 

Atualização constante do Blog: (http://fuep.blogspot.com), site: (www.fuep.org.br) e constância no envio de e-mails: Umbanda.parana@gmail.com.

Dessa forma, constituir um fórum democrático de relacionamento com os Umbandistas, propondo uma comunicação de duas vias, mas que no primeiro momento entendemos seja destinado a ouvir os Umbandistas, e, dessa forma, saber o que esperam de uma Federação, para podermos, efetivamente, fazer parte do dia-a-dia dos milhares de templos, seus dirigentes, médiuns e frequentadores.

É também importante manter atualizada a página de “Dúvidas frequentes”, que terão o objetivo de responder as perguntas mais comuns, não só dos fiéis e simpatizantes, como de resto da sociedade em geral; bem como páginas com o “passo-a-passo” para associação de médiuns e Templos, legalização de Templos, reconhecimento de dirigentes espirituais (Ministros religiosos Umbandistas), dentre outros assuntos que sejam considerados essenciais para ocuparmos o nosso espaço de fato e de direito, no espectro religioso brasileiro.

5 – Estruturar o Blog: http://Umbandaseculo21.blogspot.com.br/, objetivando estabelecer um amplo, plural e democrático repositório do conhecimento Umbandista já existente e buscando definições para os desafios e perspectivas que nos reservam o futuro.

É sabido que, com raríssimas exceções, em plena era da comunicação, ainda se vive a tradição da transmissão oral dos conhecimentos, o que nos torna alvo fácil para o ataque de outras religiões mais modernizadas, bem estruturadas financeiramente, que organizadas nacionalmente, se fortalecem cada vez mais, ao estabelecer relações muitas vezes espúrias ou no mínimo equivocadas com o poder central do estado, cuja laicidade é letra morta na Constituição Federal.

As federações de Umbanda, via de regra agrupam também Ilês do Candomblé, e Templos de outras religiões, dividindo a força representativa, e muitas delas existem única e exclusivamente para o benefício particular dos seus dirigentes, nada realizando em prol da Umbanda. Aquelas que pretendem realizar alguma coisa sofrem primeiro com o descaso e reação ao termo federação; com a falta de disponibilidade de pessoas, totalmente consumidas pelas suas atividades laborais e a administração dos terreiros; e pela falta de recursos financeiros.

Dessa forma é necessário buscar uma articulação nacional dos Umbandistas, através da formação de uma Confederação, com representação em todo o país, que tenha o condão de propor uma efetiva aproximação nacional com o objetivo de buscar o reconhecimento e legitimação da Umbanda como religião, acabando com o preconceito e a discriminação que ainda sofremos.

6 - Dar um norte para o futuro da Umbanda, evitando utilização do seu nome em atividades realizadas por aproveitadores da Fé das pessoas, extorquindo valores para a realização de trabalhos que ferem os princípios morais, éticos, cármicos e o livre-arbítrio. É preciso dar uma basta aos mistificadores, que através de anúncios em postes, ou com verdadeiras arapucas, se utilizam do nome da Umbanda para ganhar dinheiro dos mais incautos.

Da análise da atual realidade pode-se concluir que não existe uma organização institucional capaz de unificar os Templos, uma vez que mesmo litúrgica e ritualisticamente, grosso modo, não existem dois terreiros de Umbanda iguais, tornando-se muito difícil o estabelecimento de projetos e estratégias comuns, tanto no aspecto religioso, quanto na relação com a sociedade.

Assim, fragmentados em pequenos grupos, vivencia-se certa concorrência entre os terreiros, não se atua na via institucional, e inexiste uma estratégia política de centralização de ações de frente ampla.

Deve se ter a preocupação com a Umbanda que será deixada para as gerações futuras de Umbandistas, se essa que é alvo de discriminação e preconceito, ou uma religião que as pessoas possam assumir sem o medo de represálias e perseguição.

Temos muito o que comemorar, mas também muitos desafios para superar, principalmente o paradigma de preconceito e discriminação que ainda existem na sociedade brasileira. 

Essa tarefa, não pode ser relegada a um segundo plano, por isso conclamamos a todos os Umbandistas que se unam, com força e serenidade na superação das diferenças, priorizando, sempre aquilo que nos une.

A nossa União é a nossa Força! Saravá FUEP! Saravá Umbanda!

Curitiba, PR 25 de maio de 2015.

Paulo Tharcicio Motta Vieira
Presidente da Diretoria Executiva


Gestão 2013/2017

quarta-feira, 22 de abril de 2015

23/04 - SARAVÁ OGUM! OGUM IÊ!

Ogum é um Orixá cultuado na Umbanda e no Candomblé, sincretizado com São Jorge, o Santo Guerreiro, na Igreja Católica. Ogum é o guerreiro destemido, destinado a ser o lutador das grandes batalhas, o desbravador que busca a evolução.
Defensor dos desamparados, conta a lenda, que Ogum andava pelo mundo assumindo as causas dos indefesos, sempre muito justo e benevolente. Ele é o ferreiro dos Orixás, senhor das armas e dos caminhos. É o protetor dos policiais, ferreiros, escultores, caminhoneiros e de todos os guerreiros.
Santos correspondentes na Igreja Católica: São Jorge no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande Do Sul. Santo Antonio de Pádua na Bahia.
Cores predominantes de Ogum nas guias: Azul marinho no Candomblé, vermelho e branco na Umbanda, sendo que na Umbanda do Rio Grande do Sul muitos Terreiros utilizam o verde, vermelho e branco.
Na Mitologia Africana, Ogum é considerado o primeiro dos orixás a descer do Orun (o céu), para o Ayê (a Terra), após a criação, visando uma futura vida humana, sendo assim, provavelmente a primeira divindade cultuada pelos povos ioruba da África Ocidental. Foi ele quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço.
O Orixá guerreiro
Ogum é o Orixá responsável pelos espíritos e pelas energias que vão desmaterializar, por desconstruir as demandas (magias) contra os filhos que a ele recorrem. Por isso fala-se do Orixá Ogum como guerreiro. Senhor dos limites sempre está na frente abrindo a passagem para os demais Orixás. Razão esta que se explica nos rituais de Umbanda sua saudação em primeiro lugar (entre os Orixás, já que a primeira saudação deve ser a de Exu).
Ogum exerce um papel fundamental na Umbanda, comandando os caboclos, os Exus e as Pombagiras, faz a guarda dos locais sagrados e dos médiuns de Umbanda. São eles que vão na frente para proteger e zelar pelos espíritos em missões de resgate e de trabalho.
Temos Ogum no limite do mar e da terra, do campo santo e do profano, na entrada da mata, na beira dos rios e cachoeiras, e assim por diante. Isso também explica a razão de Ogum estar relacionado às estradas, aos caminhos.
Sendo vencedor de demandas, sendo um Orixá próximo aos trabalhos de Exu, deve dominar e manipular a magia. Isso também dá a Ogum uma relação íntima com os elementais.
Características dos filhos(as) de Ogum
Os filhos de Ogum são aqueles cuja sinceridade aparece desnudada. Não medem as conseqüências de seus atos, não toleram falsidade, e muito menos aceitam parecer aquilo que não são. Se não gostam de alguém não se esforçam para mostrar o contrário. Facilmente irritáveis, tem crises e explosões de cólera e raiva. Explodem, não medindo o tamanho da força empregada, independente do tamanho do mal a ele direcionado.
Não aceitam a opressão dos mais fracos.
Impulsivos, geralmente agem antes de pensar. Em geral, depois de sentirem-se aliviados por terem extravasado seu poder, arrependem-se pelo tamanho do estrago e das consequências dos seus atos.
Passam do momento de explosão à tranqüilidade de um espelho d””agua com facilidade, ou seja seu humor em geral é muito mutável.
Raramente agem ou são explosivos de forma malévola e mal intencionada, acreditam estarem com a razão e sua cólera servirá como corretivo para a outra pessoa.
Determinados ao extremo vencem em situações em que qualquer outro falharia, sua coragem se renova justamente no momento em que todos os demais abandonam.
Por essas características não “falam por trás”, não aceitam traição, dissimulação, assim não são traidores ou pessoas dissimuladas. No entanto, não gostam de ser criticados.
Pessoas que levam a vida de uma maneira prática, a mais prática possível. Por isso não são vaidosos, pois não gostam de perder tempo com isso, muitas vezes são despojados. Por isso, dificilmente será visto um filho de Ogum com penteados que precisam de horas para ser preparado, roupas desconfortáveis, que levariam um bom tempo para serem vestidas ou despidas. Entretanto, gostam de estar bonitos ou bonitas, bem vestidos.
Em geral são pessoas que gostam da tecnologia, dos novos caminhos da ciência, de outras formas mais modernas de exercer suas profissões.
Quando enfrentam um problema preferem a luta direta, franca, não são adeptos das sutilezas e da diplomacia para resolverem uma questão.
Como chefes da casa gostam que tudo gire em torno deles, de suas ordens e de sua forma de entender organização no lar. Assim na menor falta gostam de expressar como a pessoa está agindo errada.
Dia da semana – terça-feira
Cor – Vermelho ou Vermelho e branco
Ervas – espada de São Jorge, folha de jabuticaba, tansagem, lança de Ogum, folha de mangueira, folha de aroeira, folha de salgueiro-chorão, pata-de-vaca, folha de mangueira, abre caminho, beldroega, carqueja, losna, língua-de-vaca, peregum (dracena com raios vermelhos).
Amalá – Feijão fradinho, inhame frito coberto com mel, goiaba cortada no meio, manga (de preferência espada), 7 velas brancas, 7 velas vermelhas, cerveja clara servida em coeté, 7 charutos, fitas branca e vermelha, cravos brancos e cravos vermelhos (7 e 7).
Saudação – Ogum iê! (Salve Ogum)
Fonte: Cabana Pai Tobias de Guiné – Disponível no site www.paitobias.com
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Arquétipo dos Filhos de Ogum
Ogum é um poderoso Orixá, dono do ferro e do fogo. Ele é um guerreiro, um lutador que defende a lei e a ordem.
Este Orixá abre os caminhos e vence as lutas, agindo pelo instinto para defender e proteger os mais fracos. Todas as lutas, as conquistas, as vitórias são presididas por Ogum.
Ele é a lei divina em ação, que pune e premia, mas não gosta de ser invocado em vão. É fácil invocar Ogum, mas controlar as suas ações é impossível.
O dia da semana consagrado a Ogum é a terça feira, que coincide com o dia dedicado pelos romanos a Marte, o deus da guerra, sempre ligado à força e ao poder, ele é o dirigente que não quer ter suas ordens desobedecidas.
Ogum pode ser associado ao arcano IV do Taro: o Imperador como esse arcano ele encarna a vontade firme aliada a força de execução, as energias fluindo para uma realização material. Ele protege seus domínios de forma consciente, seguro do poder que representa. Enfocado como arquétipo, Ogum contém elementos fortes e consistentes que o mantém como uma figura viva e atuante na esfera psíquica do homem.
O Físico e o Temperamento
O filho e a filha de Ogum são geralmente magros e altos (pode haver exceções). Apesar de ser um pouco tímido e discreto quase nunca passa despercebido.
O temperamento reflete o vigor físico do filho de Ogum: ele está sempre em atividade, é determinado e criador. O espírito de competição é evidente e a impaciência e as frustrações ao perder criam mais incentivo para ele seguir em frente.
Ele não reflete sobre os riscos de uma ação, pois é impetuoso e impulsivo e está sempre travando batalhas.
Sem o impulso e a coragem de Ogum a humanidade demoraria muito para alcançar o progresso. É ele o desbravador, aquele que abre o caminho para quem vem atrás. Moisés é uma personalidade típica de Ogum: a sua ira ao quebrar as tábuas da lei divina, a coragem para dirigir seu povo numa viagem para o desconhecido, o poder a ele atribuído de abrir caminhos são atributos de um homem de Ogum.
Como todo homem possui seus defeitos o filho de Ogum considera apenas seu próprio ponto de vista, seguir metas que lhe são importantes sem considerar todos os que direta ou indiretamente estão envolvidos com ele.
Os desafios aguçam o espírito combativo de Ogum e o modo dele utilizar a sua força pode parecer, aos olhos de quem não o compreende bem, altivez e arrogância.
Qualquer forma de limite representa uma prisão para uma pessoa regida por Ogum. Ele precisa se enxergar livre para ir e vir à vontade, não consegue expandir sua alegria, força e energia em um ambiente restritivo e sempre igual.
A novidade serve de estímulo à ação.
Com capacidade de liderar e coragem suficiente para enfrentar qualquer missão, consegue reunir a sua volta pessoas que colaboram com ele por prazer sentindo-se revitalizadas pelas qualidades magnéticas e energéticas dessa personalidade tão forte.
Sem aceitar palpites no que faz, ele é franco e rude ao impor a sua vontade aos seus subordinados. É capaz de castigar prontamente qualquer falha, mas seu perdão vem depressa e logo pede desculpas quando se excede no seu comportamento.
Gosta da verdade acima de tudo, nunca fala por trás de alguém, suas críticas são abertas, pois detesta dissimulação.
Amor e Casamento
Quem consegue cativar e manter junto a si um filho de Ogum tem o privilégio de saber que jamais será enganado, nunca ouvirá desculpas esfarrapadas para explicar onde ele esteve ou o que fez, o filho de Ogum não mente, ele diz a verdade e espera ser acreditado, qualquer duvida irá ofende-lo.
Quando um filho de Ogum encontra uma pessoa de temperamento cordato, porém que possua opiniões fortes e próprias ele fica feliz. Se essa pessoa souber manter-se equilibrada na difícil corda bamba que é agradar sem ceder, ela conseguirá manter o relacionamento vivo. O filho de Ogum não gosta de pessoas sem idéias próprias, vai querer para companheiro (a) alguém que as possua em quantidade, mas que também saiba expô-las de modo especial.
Saúde
A saúde de um filho de Ogum é boa, ele é resistente e sua constituição forte evita as doenças, os pontos fracos dele são as articulações, as dores de cabeça, as febres fortes.
Quando está doente o filho de Ogum não quer ficar em repouso, é muito trabalhoso convencê-lo a descansar e dar tempo ao seu corpo para se recuperar. Só fica na cama quando está verdadeiramente mal, aí então fala pouco e fica nervoso com a obrigação de parar para se refazer.
Seus problemas de saúde são mais para o tipo violento e repentino do que para doenças crônicas e demoradas.
As doenças nervosas como úlceras, esgotamentos e depressão são menos comuns, mas podem atingi-lo se ele cometer excessos de trabalho ou for mal sucedido em seus empreendimentos.
O Homem de Ogum
Ele é confiante, entusiasmado, generoso, solidário, enérgico, ousado, ativo em seu lado positivo e pode também ser intolerante, violento, impulsivo, obstinado, egoísta e exigente em seu lado negativo.
A mulher de Ogum
Elas são sinceras, encantadoras, vigorosas, corajosas, entusiasmadas, românticas que são qualidades que quando excedem seu lado negativo já que ela também pode ser mandona e irritada.
Fonte: Terreiro Tio Antonio – Disponível no Site: www.terreirotioantonio.com.br

sábado, 4 de abril de 2015

A história da Páscoa e seus simbolismos


Antes de ser considerada a festa da ressurreição de Cristo, a Páscoa anunciava o fim do inverno e a chegada da primavera, no hemisfério norte, representando a “passagem” de um tempo de trevas para um novo de luz. Assim, a origem desta comemoração remonta há milhares de anos atrás, comemorada entres os povos europeus, e foi transformando-se numa das datas comemorativas mais importantes das culturas ocidentais.

O termo “Páscoa” tem origem religiosa e vem do latim Pascae, embora na Grécia Antiga, também é encontrado como Pashka, porém a sua origem mais remota seja entre os hebreus, onde aparece o termo Pesachad, com significado de "passagem", uma transição anunciada pelo equinócio de primavera, que no hemisfério norte ocorre a 20 ou 21 de março. 

Na região do Mediterrâneo, algumas sociedades, entre elas a grega, festejavam a passagem do inverno para a primavera, durante o mês de março. Era realizada na primeira lua cheia da época das flores. Entre os povos da antiguidade, o fim dos invernos rigorosos, que castigavam a Europa e o começo da primavera era de extrema importância, representando maiores oportunidades de sobrevivência, diretamente ligada a maior possibilidade da produção de alimentos.

A páscoa judaica (em hebraico פסח, ou seja, passagem) é o nome do sacrifício executado em 14 de Nissan segundo o calendário judaico e que precede a Festa dos Pães Ázimos (Chag haMatzot). Tradicionalmente, nesta data, os judeus fazem e comem o matzá (pão sem fermento) para lembrar a fuga do Egito, liderados por Moises, após anos de aprisionamento, por volta de 1250 A.C., quando não havia tempo para a fermentação do pão.  

Entre os cristãos, a data celebra a ressurreição de Jesus Cristo, quando, três dias após a sua crucificação, o espírito voltou a unir-se ao corpo. Antigamente o festejo era realizado no domingo seguinte a lua cheia posterior ao equinócio da Primavera. A semana anterior à Páscoa é considerada Semana Santa, iniciando no "Domingo de Ramos", que marca a entrada de Jesus em Jerusalém. O importante é que faz referência à última ceia de Jesus com os apóstolos, seguida da sua prisão, julgamento, condenação, crucificação e ressurreição.

A história do coelho da Páscoa   

De fato, para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário voltar para a Idade Média e lembrar dos antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera ou Esther. (em inglês, Easter quer dizer Páscoa)
Ostera (ou Ostara) é a Deusa da Primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em seu redor. A deusa e o ovo que carrega, são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Perséfone e na mitologia romana, a Ceres.

Dessa forma, estes antigos povos pagãos comemoravam a chegada da primavera decorando ovos. O próprio costume de decorá-los para dar de presente na Páscoa surgiu na Inglaterra, no século X, durante o reinado de Eduardo I (900-924), o qual tinha o hábito de banhar ovos em ouro e ofertá-los para os seus amigos e aliados.

Assim, a figura do coelho está simbolicamente relacionada à data comemorativa, porque representa a fertilidade. O coelho se reproduz rapidamente e em grandes quantidades. 

Entre os povos da antiguidade, a fertilidade era sinônimo de preservação da espécie e melhores condições de vida, numa época onde o índice de mortalidade era altíssimo. No Egito Antigo, por exemplo, o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas. É possível que ele se tenha tornado símbolo pascal devido ao fato de a Lua determinar a data da Páscoa.

A tradição do coelho da Páscoa foi trazida à América por imigrantes alemães em meados de 1700. O coelhinho visitava as crianças, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de Páscoa.

Mas o que parece certo mesmo é que a origem da imagem do coelho na Páscoa está intimamente ligada a fertilidade que os coelhos possuem. Pela característica das grandes e frequentes ninhadas, são vistos como símbolos de renovação e início de uma nova vida.

Por que o ovo na Páscoa?

O ovo é um destes símbolos que praticamente explica-se por si mesmo. Ele contém o germe, o fruto da vida, que representa o nascimento, o renascimento, a renovação e a criação cíclica. De um modo simples, podemos dizer que é o símbolo da vida.

Os celtas, gregos, egípcios, fenícios, chineses e muitas outras civilizações acreditavam que o mundo havia nascido de um ovo. Na maioria das tradições, este “ovo cósmico” aparece depois de um período de caos.

Na Índia, por exemplo, acredita-se que uma gansa de nome Hamsa (um espírito considerado o “Sopro divino”), chocou o ovo cósmico na superfície de águas primordiais e, daí, dividido em duas partes, o ovo deu origem ao Céu e a Terra – simbolicamente é possível ver o Céu como a parte leve do ovo, a clara, e a Terra como outra mais densa, a gema.

O mito do ovo cósmico aparece também nas tradições chinesas. Antes do surgimento do mundo, quando tudo ainda era caos, um ovo semelhante ao de galinha se abriu e, de seus elementos pesados, surgiu a Terra (Yin) e, de sua parte leve e pura, nasceu o céu (Yang).

Para os celtas, o ovo cósmico é assimilado a um ovo de serpente. Para eles, o ovo contém a representação do Universo: a gema representa o globo terrestre, a clara o firmamento e a atmosfera, a casca equivale à esfera celeste e aos astros.

Na tradição cristã, o ovo aparece como uma renovação periódica da natureza. Trata-se do mito da criação cíclica. Em muitos países europeus, ainda hoje há a crença de que comer ovos no Domingo de Páscoa traz saúde e sorte durante todo o resto do ano.

Não sei quanto a vocês, mas na minha infância, afirmava-se sempre que um ovo posto na Sexta-feira Santa afastaria as doenças, melhorando a saúde de quem o consumisse.

Outros símbolos da Páscoa

O cordeiro é um dos principais símbolos de Jesus Cristo, já que é considerado como tendo sido um sacrifício em favor do seu rebanho. Segundo o Novo Testamento, Jesus Cristo é “sacrificado” durante a Páscoa. Isso pode ser visto como uma profecia de João Batista, no Evangelho segundo João no capítulo 1, versículo 29: “Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo”.

Paulo de Tarso (na primeira epístola a Coríntio no capítulo 5, versículo 7) diz: “Purificai-vos do velho fermento, para que sejais massa nova, porque sois pães ázimos, porquanto Cristo, nossa Páscoa, foi imolado.
Jesus, desse modo, é tido pelos cristãos como o Cordeiro de Deus (em latim: Agnus Dei) que supostamente fora imolado para salvação e libertação de todos do pecado. Para isso, Deus teria designado sua morte exatamente no dia da Páscoa judaica para criar o paralelo entre a aliança antiga, no sangue do cordeiro imolado, e a simbologia da nova aliança, no sangue do próprio Jesus imolado.

A Cruz também é tida como um símbolo pascal. Ela mistifica todo o significado da Páscoa, na ressurreição e também no sofrimento de Jesus. No Concílio de Nicéa em 325 d.C, o imperador romano Constantino decretou a cruz como símbolo oficial do cristianismo, transformando-a também num símbolo da Páscoa, e no símbolo primordial da fé católica.

O pão e o vinho simbolizam a vida eterna, o corpo e o sangue de Jesus, oferecido aos seus discípulos, na Última Ceia, conforme é descrito no capítulo 26 do Evangelho segundo Mateus, nos versículos 26 a 28: “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu corpo. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados.

Explicando por que a celebração da Páscoa não tem data fixa

O dia da Páscoa é o primeiro domingo depois da Lua Cheia que ocorre no dia ou depois de 21 março (a data do equinócio). Entretanto, a data da Lua Cheia não é a real, mas a definida nas Tabelas Eclesiásticas. (A igreja católica, para obter consistência na data da Páscoa decidiu, no Concílio de Nicéa em 325 d.C, definir a Páscoa relacionada a uma Lua imaginária – conhecida como a “lua eclesiástica”). Assim, Quarta-Feira de Cinzas ocorre 46 dias antes da Páscoa, esse é o período da quaresma.

Com esta definição, a data da Páscoa pode ser determinada sem grande conhecimento astronômico. Mas a sequência de datas varia de ano para ano, sendo no mínimo em 22 de março e no máximo em 24 de abril, transformando a Páscoa numa festa “móvel”.

A Páscoa para algumas tradições Umbandistas

Em muitos Terreiros de Umbanda dá-se o início das comemorações da Semana Santa na quarta-feira com o fim da quaresma, muito antes do cristianismo o povo africano já respeitava a quaresma, porém com um significado diferente dos fatos relacionados a vida de Jesus Cristo. Enquanto os cristãos celebram a morte e a ressurreição de Cristo, os africanos celebram o Lorogun, período em que os Orixás entram em guerra contra o mal, para trazer o pão de cada dia para seus filhos.

A guerra dos Orixás na quaresma

Na quarta-feira de cinzas os Orixás da casa devem ser vestidos e cada filho de santo oferece a eles suas comidas preferidas, os atabaques são recolhidos, depois de serem lavados com ervas, somente sendo acordados no "Sábado de Aleluia", sendo esta a forma de fortalecer os atabaques do terreiro. Os Orixás estão em guerra!

Lorogun – rituais da Umbanda na Semana Santa

Na noite de quinta para a Sexta-feira da Paixão, os seguidores da Umbanda devem se proteger, usando seus contra-eguns, pois nesse dia Iansã está em guerra e não pode conter os eguns que nos rodeiam.

Na Sexta-feira da Paixão, são oferecidos pratos a Oxalá, em busca de paz e prosperidade, tanto para o Terreiro, quanto para os seus filhos e fiéis. No Sábado de Aleluia, Ogum, guerreiro maior do panteão africano, faz a distribuição de pães, representando a vitória na guerra pela paz. É o fim da guerra dos Orixás.

A criação do mundo na Umbanda

Na Umbanda, a Semana Santa representa a criação do mundo, por este motivo, neste período seus seguidores devem vestir-se de branco, principalmente na Sexta-feira da Paixão, neste o dia, os Orixás descem do Orún (o mundo dos espíritos) para conhecerem a grande criação de Olorum. Durante a Semana Santa os fiéis Umbandistas devem alimentar-se com comidas brancas, como canjica, arroz, arroz doce, acaçás e pães. Devem evitar a ingestão de qualquer tipo de carne, assim como não devem ingerir bebidas alcoólicas, especialmente na Sexta-feira da Paixão.

Mensagem Final   

Portanto, a Páscoa representa mais uma data marcante do calendário, para que se possa reafirmar conceitos e corrigir rotas, mas também é um rito de povos antigos, que pressupõe uma “passagem” de um tempo ruim para um melhor, simbolizado na perspectiva de preservação da vida. Com o passar do tempo a veneração à natureza planetária foi sendo substituída por figuras mitológicas e/ou religiosas, embora mantendo a sua significação.

Por ter uma Fé cristã, reconheço a existência de Jesus Cristo, o homem que veio ao mundo disposto a ser o maior exemplo de amor e humildade que a humanidade conheceria, trazendo uma proposta de vida que não foi entendida por muitos, sintetizada na frase “Ama o próximo como a ti mesmo! Até os dias de hoje, essa afirmativa continua letra morta, sendo repetida mas não vivenciada.

Assim, diariamente condenamos este homem e o crucificamos, da mesma forma que os antigos romanos, ao ignorar os seus propósitos de viver num mundo melhor, mais justo, fraterno e igualitário. Que tal aproveitar a Páscoa para lembrar do triunfo do espiritual sobre o material, a ressurreição do espírito e a vida eterna!

Cristo morreu, mas ressuscitou e fez isso somente para nos ensinar a eliminar os nossos piores defeitos e ressuscitar as maiores virtudes do íntimo de nossos corações. Que a sua Páscoa seja também, uma ressurreição.
Ressurreição da paz, do amor, da fraternidade, da alegria de viver...
Ressurreição da amizade, da igualdade, da justiça e do desejo de ser feliz...
Ressurreição dos sonhos, das memórias, das lembranças e, principalmente, da verdade que está acima do apelo comercial dos ovos de chocolate e dos coelhinhos.

Que sua Semana Santa seja cheia de paz, amor, caridade e felicidade e que Oxalá, o Orixá maior da Umbanda, sincretizado com Jesus Cristo, derrame as suas bênçãos sobre você, sua família e amigos e que seja assim para sempre na sua vida!

Feliz Páscoa!


Com informações disponíveis no blog http://ceticismo.net/religiao/a-verdadeira-historia-da-pascoa/, acesso em 04/04/2015.