Não sou preto,
branco ou vermelho
Tenho as cores e
formas que quiser.
Não sou diabo nem
santo, sou Exu!
Mando e desmando,
Traço e risco
Faço e desfaço.
Estou e não vou
Tiro e não dou.
Sou Exu.
Passo e cruzo
Traço, misturo e
arrasto o pé
Sou reboliço e
alegria
Rodo, tiro e boto,
Jogo e faço fé.
Sou nuvem, vento e
poeira
Quando quero,
homem, mulher
Sou das praias, e
da maré.
Ocupo todos os
cantos.
Sou menino, avô,
maluco até
Posso ser João,
Maria ou José
Sou o ponto do
cruzamento.
Durmo acordado e ronco
falando
Corro, grito e pulo
Faço filho
assobiando
Sou argamassa
De sonho carne e areia.
Sou a gente sem
bandeira,
O espeto, meu
bastão.
O assento? O vento!
Sou do mundo, nem
do campo
Nem da cidade,
Não tenho idade.
Recebo e respondo
pelas pontas,
Pelos chifres da
nação
Sou Exu.
Sou agito, vida,
ação
Sou os cornos da
lua nova
A barriga da
rua cheia!
Quer mais? Não dou,
Não tô mais aqui.
Salvador/BA, 17 de
maio de 1993
Mario Cravo |
FUEP - Federação Umbandista do Estado do Paraná .CNPJ - 77.798.205/0001-99 .Fundada em 25/05/1968 .Utilidade Pública Estadual, Lei 8.515 de 30/06/1987 .Utilidade Pública Municipal, em Curitiba, Lei 6.833 de 09/04/1986
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Mario Cravo define Exu para o escritor Jorge Amado
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