Durante
o ano de 2014 e no início de 2015, ano do 47° aniversário de fundação da FUEP,
estamos passando por situações que produziram certo distanciamento de membros ativos
dos Conselhos Deliberativo e Fiscal e da Direção Executiva. Isso determinou inaceitável
morosidade na realização das tarefas, desde as mais simples, e principalmente, na
execução de novos projetos, que pudessem redundar em melhorias efetivas para os
associados, médiuns e simpatizantes, dirigentes e por fim para a Umbanda no
nosso estado.
Por
ser uma atividade de caráter voluntário, - os dirigentes da FUEP não são
remunerados em nenhuma hipótese -, é de se esperar que exista a flexibilização do
tempo de cada um, disponibilizando-se quando da assunção dessas tarefas.
Entretanto, os afazeres profissionais e pessoais, aliado ao envolvimento nas
funções religiosas e administrativas dos seus Templos, causou relativa paralisia,
no encaminhamento do dia a dia da FUEP, que necessitamos urgentemente corrigir.
Principalmente
se entendermos que estamos caminhando para o cinquentenário, meio século de
existência, data que precisa ser marcada por grandes realizações. Dessa forma, estamos
propondo a realização de uma AGE – Assembleia Geral Extraordinária, ainda nesse
primeiro semestre, para a qual falta definir o local, a data e o horário. O
objetivo dessa AGE, é propor alterações no Estatuto Social e no Regimento Interno
que possam ampliar a nossa atuação efetiva, lado a lado com os Umbandistas, que
reflita uma atualização, contextualizada com o momento que vivemos, notadamente
com relação aos seguintes pontos:
1
– Ampliar a possibilidade de associação dos Templos, retirando as
características restritivas, reconhecendo de “direito” a diversidade da Umbanda,
que existe de “fato”, refletindo o pensamento de “representar os Umbandistas da
porta do templo para fora”, não tendo qualquer ingerência nos rituais e na filosofia
do templo.
A FUEP, a partir da atualização do Estatuto Social
realizada em 2009, tem por finalidade primeira e maior, congregar e representar
institucionalmente os Templos Religiosos Umbandistas (Associações,
Cabanas, Centros, Tendas, Terreiros e demais denominações), seus dirigentes,
médiuns e frequentadores na busca da legitimação e legalização dos templos,
que em decorrência trarão o fortalecimento da Umbanda.
Pela sua característica organizativa, que é a
reunião de pequenos grupos de pessoas, em torno de um dirigente, mãe ou pai de
santo, que embora tenha sido formado por outro (a) mãe ou pai de santo, ao
imprimir as suas características pessoais, saberes e personalidade, forma um
terreiro diferente daquele que lhe deu origem, autônomo e independente, com
pouca – geralmente em festas -, ou nenhuma relação com outros grupos, avalia-se
como imprescindível a existência de uma instância que possa reunir os
dirigentes, fiéis e simpatizantes da Umbanda, e cremos que essa instituição é a
FUEP.
Assim,
é necessário priorizar os aspectos institucionais, políticos e sociais da FUEP,
esclarecendo a sua missão cartorial e jurídica, ampliando a representação e
descaracterizando a possibilidade de confusão com os aspectos religiosos (ritualísticos
e litúrgicos), que são inerentes aos Templos e aos seus dirigentes, médiuns e
simpatizantes.
2
– Substituir os dirigentes que se afastaram ou que não tenham disponibilidade
para atuarem efetivamente na direção da FUEP, reconstituindo os quadros dos
Conselhos Deliberativo e Fiscal e da Direção Executiva, com pessoas que possam voluntariamente
dedicar-se à construção da FUEP em todo o nosso estado.
Dessa
forma, além das direções sediadas em Curitiba, buscaremos a aproximação com os
dirigentes do interior do estado, construindo a efetiva interiorização da FUEP.
Para materializar esse objetivo, buscaremos cumprir o Artigo 5°, Parágrafos 4°,
5° e 6° do Regimento Interno, que propõe, respectivamente um calendário de
visitas aos templos e a instalação de 8 (oito) sub-sedes regionais, que são propostas:
1 - Campos
Gerais: Ponta Grossa e Região
|
5 - Norte:
Londrina e Região
|
2 - Capital:
Curitiba, Região Metropolitana e Litoral
|
6 - Oeste:
Cascavel, Foz do Iguaçu e Região
|
3 - Centro:
Guarapuava, Irati e Região
|
7 - Sudoeste:
Pato Branco e Francisco Beltrão e Região
|
4 - Noroeste:
Maringá e Região
|
8 - Sul:
União da Vitória e Região
|
3
– Aprovar e iniciar imediatamente novos projetos que possam ampliar o número de
associados (coletivos e individuais) no rumo de atingirmos a independência
financeira, que nos permita manter uma sede social, onde possamos atender dignamente
aos associados.
Um
dos projetos que estarão sendo propostos é a criação de um Fundo Mútuo para a Aquisição
e/ou Reforma de Imóveis próprios para os Templos Umbandistas, em conformidade
com a proposta anexa, que será discutida mais amplamente em reunião específica.
4
– Estabelecer meios de comunicação mais efetivos com os associados de forma e
enviar tempestivamente quaisquer assuntos que digam respeito a religião,
convites e festividades:
Atualização constante do Blog: (http://fuep.blogspot.com), site:
(www.fuep.org.br)
e constância no envio de e-mails: Umbanda.parana@gmail.com.
Dessa
forma, constituir um fórum democrático de relacionamento com os Umbandistas, propondo
uma comunicação de duas vias, mas que no primeiro momento entendemos seja destinado
a ouvir os Umbandistas, e, dessa forma, saber o que esperam de uma Federação, para
podermos, efetivamente, fazer parte do dia-a-dia dos milhares de templos, seus dirigentes,
médiuns e frequentadores.
É
também importante manter atualizada a página de “Dúvidas frequentes”, que terão
o objetivo de responder as perguntas mais comuns, não só dos fiéis e
simpatizantes, como de resto da sociedade em geral; bem como páginas com o
“passo-a-passo” para associação de médiuns e Templos, legalização de Templos,
reconhecimento de dirigentes espirituais (Ministros religiosos Umbandistas),
dentre outros assuntos que sejam considerados essenciais para ocuparmos o nosso
espaço de fato e de direito, no espectro religioso brasileiro.
5 – Estruturar
o Blog: http://Umbandaseculo21.blogspot.com.br/,
objetivando estabelecer um amplo, plural e democrático repositório do
conhecimento Umbandista já existente e buscando definições para os desafios e
perspectivas que nos reservam o futuro.
É sabido que, com raríssimas exceções, em plena era
da comunicação, ainda se vive a tradição da transmissão oral dos conhecimentos,
o que nos torna alvo fácil para o ataque de outras religiões mais modernizadas,
bem estruturadas financeiramente, que organizadas nacionalmente, se fortalecem
cada vez mais, ao estabelecer relações muitas vezes espúrias ou no mínimo
equivocadas com o poder central do estado, cuja laicidade é letra morta na
Constituição Federal.
As federações de Umbanda, via de regra agrupam
também Ilês do Candomblé, e Templos de outras religiões, dividindo a força
representativa, e muitas delas existem única e exclusivamente para o benefício
particular dos seus dirigentes, nada realizando em prol da Umbanda. Aquelas que
pretendem realizar alguma coisa sofrem primeiro com o descaso e reação ao termo
federação; com a falta de disponibilidade de pessoas, totalmente consumidas
pelas suas atividades laborais e a administração dos terreiros; e pela falta de
recursos financeiros.
Dessa forma é necessário buscar uma articulação
nacional dos Umbandistas, através da formação de uma Confederação, com
representação em todo o país, que tenha o condão de propor uma efetiva aproximação nacional
com o objetivo de buscar o reconhecimento e legitimação da Umbanda como
religião, acabando com o preconceito e a discriminação que ainda sofremos.
6 - Dar um norte para o futuro da Umbanda, evitando
utilização do seu nome em atividades realizadas por aproveitadores da Fé das
pessoas, extorquindo valores para a realização de trabalhos que ferem os
princípios morais, éticos, cármicos e o livre-arbítrio. É preciso dar uma basta
aos mistificadores, que através de anúncios em postes, ou com verdadeiras
arapucas, se utilizam do nome da Umbanda para ganhar dinheiro dos mais
incautos.
Da análise da atual realidade pode-se concluir que
não existe uma organização institucional capaz de unificar os Templos, uma vez
que mesmo litúrgica e ritualisticamente, grosso modo, não existem dois
terreiros de Umbanda iguais, tornando-se muito difícil o estabelecimento de
projetos e estratégias comuns, tanto no aspecto religioso, quanto na relação
com a sociedade.
Assim, fragmentados em pequenos grupos, vivencia-se
certa concorrência entre os terreiros, não se atua na via institucional, e
inexiste uma estratégia política de centralização de ações de frente ampla.
Deve se ter a preocupação com a Umbanda que será
deixada para as gerações futuras de Umbandistas, se essa que é alvo de
discriminação e preconceito, ou uma religião que as pessoas possam assumir sem
o medo de represálias e perseguição.
Temos muito o que comemorar, mas também muitos
desafios para superar, principalmente o paradigma de preconceito e
discriminação que ainda existem na sociedade brasileira.
Essa tarefa, não pode
ser relegada a um segundo plano, por isso conclamamos a todos os Umbandistas
que se unam, com força e serenidade na superação das diferenças, priorizando,
sempre aquilo que nos une.
A nossa União é a nossa Força! Saravá FUEP! Saravá Umbanda!
Curitiba, PR 25 de maio de 2015.
Paulo
Tharcicio Motta Vieira
Presidente
da Diretoria Executiva
Gestão
2013/2017
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